sábado, 6 de dezembro de 2014

Carícias

Eu não fui capaz de te aceitar porque parece que era vazia como um copo
mas comparado á solidão de perder tudo...
preferi a dor de me despedaçar...
O fato de eu ser tão frágil...
não é sua culpa...
...
Agora Eu sei
que...
em quanto não te machucar...
posso ser eu mesma.

Mei 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

nu

Olhos pra quê?
pequenos
qualquer buraco
percepção
dar luz 
desabrochar 
distinção
esclarecimento
apenas

dois círculos indicadores que existe uma existência
que se puder...
é um receptor
e se ainda... 
tiver permissão...
pode ser 
um
ser...
ou talvez
Ter
Mei 
 


Boba da corte

Bobinha
não se perca em bolinhas
umas transparentes
outras coloridas
e também aquelas que são apenas vazias...
mas que ainda sonham em flutuar
Abra os olhos, mas lacre a boca
para compreender a substituível presença do produto que é
  você
da (in)significância dos seus pensamentos
das tolices de suas palavras
das asneiras de seus conhecimentos
dos (des)interessantes convívios ou trocas de experiências que suas peraltices podem  trazer...
Não
Esqueça
Brincadeiras

para quem tem importância
ou estâncias
Aqui

sim
ou se
preferir
sins...
Mei

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Peças Mecânicas

Lances jogados ao vento
num balanço sem negociação
Rainhas e Reis podem se surpreender com os inúmeros
ou espadas que não foram afiadas
e nem se desejam

caricias a bela da vez...
Mei


Imagem por: Broke Shaden


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Você


Algum dia em qualquer parte, em qualquer lugar indefectivelmente te encontrarás a ti mesmo, e essa, só essa, pode ser a mais feliz ou a mais amarga de tuas horas (página Face Millbast) Fantástico! 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Docilidade

Revolver as cinzas do passado e as alegorias enfeitadas do presente
O futuro...
Ao mel que talvez derrame sobre os lábios rachados e os olhos secos de uma esperança ambígua que cintila sobre as paisagens supérfulas que pairam sobre um mundo de mumificadores.
Em ânsia de (amar)guras sobre invariáveis terrenos e tecidos
uma ou duas 
doces
apenas
Mei   

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

boneca quebrada

partida
em pedaços sem posição para montagem
tantas partidas em si mesma que não há grude que une

mais uma historinha de uma branca que nunca foi de neve

um fim
em mim
Mei

domingo, 12 de outubro de 2014

Tufão

Chegando tão perto...
que lado olhar...
é tão mais fácil olhar para aquilo que já está dentro em turbilhão em ãos de mãos...
que se o trás me acompanha ao lado

é este que me escolheu
e nesse deixo me redemoinhar em redes
sedes de quem é...
é você que me leva em torvelinho sem cores
só para montar o novelinho que talvez alguém queira transformar em uma obra
de arte
de estante
de gaveta
de canto...
Mei

folhas de brincadeira

Um dia...
Era uma vez...
De tardes frias ou quentes procurávamos sentidos nas grandes e pequenas palavras
substancias que nos levassem a um começo ou ao um fim de tantos caminhos...
mas eram tantos mistérios...
Que nossos pequenos dedos não tinham força para definir ou assumir algum compromisso com a vida.
Começamos sem querer um tratado de cura com brincadeiras em cadeiras sem matéria forte...
Então deitávamos, rolávamos, subíamos, e até ajoelhávamos pra que (quem) sabe
algo viesse ...
mas
algo aconteceu.
veracidades ...
transformação
fera.
Como areia foram se movendo em aterros de famílias de "brincadeiras de irmãs" e entre uma mão e outra os esconderijos foram se aprofundando e cedendo a corpos pesados caindo em si mesmo.
desapegos sem pegos
inseguras sem seguros...
E as linhas?
ficaram...
apenas
com os restos de começos que sem mãos ficaram em vão...
Mei 

Carrossel da Ira

Rodízios sem eixo como pode funcionar?
Sem cavalinhos
sem assentos duros e coloridos
girando girando
sem tchau 
sem olhares
sem vozes
sem companhias
que dia foi o dia "de criança"?
quando foi o dia de "brincar"? 
sem brindar...
agora com todos deitados ainda aparecendo acima da terra
lhe restam hastes grossa ou finas só para lhes lembrar quem um dia ouve ai um broto
e se um dia ela iria virar flor e talvez suas pétalas virassem asas quem sabem poderiam voar...
mas como a pretensão nunca foi mesmo abri-las, pelo menos para "voar" ...
Agora 
já não sabem mais o que isso significa... qual o seu sentido...
existe utilidade para asas que não voam?
berço...
leito...
maca...
extremidades agora sem figuras só giras 
e a Ira?






domingo, 5 de outubro de 2014

Esconderijo

Por vezes a falta do calor pode ser um aliado a dureza dos desconfortos da matéria...
fora e aparente
Vitrines das dores
Parte piramidal que se nega a abrir para fossas 
Entrada de consumo impróprios ou...
próprios para um ambiente de asfaltos e terras soltas de todas as cores...
Mei  

Rumores

Encalço
descalços
Com a rota arrotada por tantos e muitos que o trajeto pode se tornar mais pesado que o percurso 
E que curso pode ser... (se) não um monte desenrolares de folhas(rolhas) e frutos(rumos) em decomposição em excessivas composições adulte(z)rada...
Placas...
chapas..
Lâmina...
Transmissores de linguagens internas estadas por tempos inconstantes
em instantes...
Mei

 
  

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Dois... pesos, mas e as medidas?

Detração
O que mais podia ser feito se algo maior já tinha se detido entre as linhas do confronto final...
Se um embalo de uma balança divina já tinha sido determinada.
...
 oscilar entre o controlar e o descontrolar tudo que existisse entre o bem ou e o mal...


entre um sinistro e outro as cordas fossem cortadas entre um fiar ou endossar


agora as significações ou escarnações poderiam exprimir o sagrado vocábulo de um plano que talvez possa vir e nos contar não só em palavras, mas quem sabe em fins tão esperados e alados...

Onde não precisaremos de chãos...
fundos
grãos
que tudo esteja sem "eu" e "Você"


cordas e fios soltas aos ventos
sem fim...

Carrosel

Brincadeiras demais!!
O Grande brinquedo não suportou...

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

De volta ao Parque

Então tá
aceitando o grande parque que já vem se formando há tempos com suas belas distrações para os muitos mefistofélicos.
Tudo bem
Vamos brincar de rodar...
ou seria (só) de vez em quando rodopiar com as multiplicidades, habilidades, potencialidades e por ai ai vai com as idades...
Vamos lá...
Estou aqui pronta pra te satisfazer... 
mas...
depois do seu divino esforço em me recompensar...
Com força ou sem... Estarei a sua ordem para que todos entrem nessa roda de grande poder que todos estamos de uma ou de outra dentro, pois o fora não existe né...
ou não
Todavia estarei aqui por...
aqui
em cima
(onde mais poderia ser...)
Imagem por: Jessica Maertens


domingo, 28 de setembro de 2014

Beleza donativa

Consternação pelas lindas e afloradas coloridas aberturas que vão se abrochando a cada vão de pele que não se usa mais...
seu tempo se foi com as diversas ocasiões que também não esperaram...
Instinto ancestral que aos poucos vão se tornando a figura que todos um dia sonharam ser, mas ter nunca usaram
porque ser desgracioso se a graça está em todos os templos de súplica ou quase todos os momentos de agracidade
Beleza pura em adubo de terras pisadas com pés ou corpos que sem querer deixaram sêmen 
pare que sabe um dia uma nova vida de forma agradável pudesse ser outra depositária 
a libertação do ser compartilhado com o donativo divino
 Imegem por: Gulfidan Oz




terça-feira, 23 de setembro de 2014

Marionete

As vezes forças não sabem com manter ligadas as linhas de comando e entram 
em multidões de sentimentos...
mãos por baixo não funcionam 
talvez
por trás seriam suficiente...
Mei 


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Chiclete lavrado

Depois do doce mastigável 
talvez um ar que não vem
uma palavra selada
uma cortesia dos muitos príncipes das ruas... 
Mei

Imagem por: Jenn Violetta

domingo, 21 de setembro de 2014

Pano branco

Pusilânime
Sim como sempre está certa que o momento chegou...
Lavar as mãos e olhos para que todas as cores se vá em comunhão ao sereno nada, porque o nada também pode ser uma opção desejada.
Tempos selados pela bela escuridão prontos para aceitar
Por que sempre que a perseguimos, ela chega até nós
Tudo bem bem em não ter nada, tudo bem em não ser nada, tudo bem em alcançar nada ou mesmo ir a nada.
no fim sempre nada(mos) para um lindo oceano de fins sem coerências
Se tudo que realmente é real são as coisas prontas com produtos realisticamente satisfatório até a chegada de outros e mais outros e mais e talvez outros mais...
 por preços tão fáceis de aceitar com trocas não tão dolorosas e tempos passantes
porque não se sonhar
porque não ser real
porque não existir
sem buscas
apenas
resultados
sem razões ou tensões
pensamentos pra que...
sentimentos porque?
Palavras...
porque?

um esvoaçante pano branco ( se preferir) sem cor por cima de um que foi tudo ao mesmo tempo
sendo talvez esse um grande problema para o consentimento do tempomundo que foi demais
e o mais

para os fracos
um voo apenas sem olhares ou toques
a penas
volta
Mei

terça-feira, 16 de setembro de 2014

trançado contado

Numa tríade nos deixamos embalar embriagadas pelos envolventes fios manchados
entre um balanço e outro náuseas alucinógenas enfraqueciam corpos ainda sem fazer
Omaso pronto para receber
pulos altos em ritmos constantes...
mas os dedos ainda se prendiam entre suas puras loirices trançadas para que não me deixassem voar ao encontro do ninho passageiro
E agora...
onde vocês estão?
me embala nova(mente)
me trança novamente    
me balança até o salto ter a altura invisível 
para que minhas humildes mãos não lhe procurem mais
não lhe segurem mais
não me substituem mais
não mais
seja minha
nem eu a de ninguém...

Imagem por: Siyu Chen 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Chá - apenas um convite


Poço sorvedouro 
Que florada exuberante me proporcionará nesse inverno?
Quantas belezas me adornaram enquanto vegetal no meu reino plantado 
só mais uns ramos restam para me mercadizar 
Sedução vermelha escorrega entre lábios brancos e olhos fechados só para não lhe ofuscar sua importação...
vozes agora tão distante quanto suas profundezas me chamam sem respostas benignas para quem sabe lhes ameigar
Talvez...
um chá 
Lit(urgia) macerada ao calor das palavras criadas sob expressões humanas ou 
talvez...
astrais 
não, agora não...  com, entre, tantos ou muitos
sirvam-se
a polpa já está bem adubada e fértil com suas pétalas rosadas, vermelhas, roxas, laranjas... tantas mais que seu paladar aspirar...
estarei com vocês..
me saboreando
me inspirando
me tocando
me imaginando
em plena infusão.
Mei 




domingo, 14 de setembro de 2014

Visível

O que olhos não vêem
o corpo sente
a alma avista
o ser excogita 
mas só
você deve entender...
tecido.





Imagem por: Jenn Violetta

Experiência


para passagem
de um tempo que coisas como olhos, boca corpo, vida flores ainda eram insigne
agora

insite
instante
distante
que talvez só permaneça na estante para muitos visitantes..


















Imagem por: Jenn Violetta


Aspear


Qual será a próxima que sem aviso irá me responder com uma alacridade 
agridoce 
cordas viris que arpam sem intenção de vento 
funções coerentes a margem de familiares atracados ao um amontoado de esperas internalizadas 
só mais um pouquinho...
lhe permito ficar além do tudo
detrimento que vorazmente ressurge a cada canto rasgado docemente para aqueles que suplicam por uma vida inexistente
suplicas aspeadas entre um motivo ou outro...
olhares molhados que insinuam um brilho pintado
toques quentes aquecidos sobre velas apagadas
preces surdas alastram uma mecanicidade espontânea 
apenas por mais uma linha entre tantas soltas no vazão do não tempo
que espera pelo livre desligamento eterno.
Mei











Imagem por: disordering_order

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Hospedeira


Por que hoje...
Hoje 
preciso de sua força terrena para não me abandonar nos grandes espaços que me ocupa e me liberta
de (um) tudo que não me comporta
só me compota
em escuro
quente frio molhado seco
coberto de infintas folhas prontas pra que eu possa te regar com profundas linhas sem fim
galhos pontiagudos e carregados de material permanente para que as letras sejam finas e certeiras 
sem necessidade de flores 
as dores
ramos abertos a espera vazia
...
de você
mesmo que seja agora por hora ou sem demora.
Mei 

sábado, 6 de setembro de 2014

Mimosear

desfazendo de meus lindos atos pra lhe abençoar com seus desejos sacros...
sem perdão? porque? o que poderia ser mais puro (se) não o seu lindo desejo de toda minha vida...
mesmo não sendo tão lindo assim..
não sendo tão forte assim...
não sendo tão presente assim...
Esperava que fosse meu Lindo, ou seja, como a mediocridade permite o nobre, aquele que suscita um enorme prazer ou inigualável prazer...
aquele que me apresentou uma linda despedida do eterno prazer... Do que poderia ser um prazer... ou
sim

talvez
algo que se poderia olhar sem fala
sem voz
sem som
sem tato
sem...
Aquele que volta sem...
perdão
sem...
(só) lidão
sem me dar...
me dou.
Não quero uma foto...
uma imagem, pois essas tenho inúmeras,quantas quer?

presença.. prensa...
você
não...
tenho...
Mei

PS: veja, leia sinta:

http://youtu.be/BB0DU4DoPP4



Imagem por Makoto Aida

Presente

Silêncio
Um presente tão caro e tão raro
porque tanto desejo por ele quando posso lhe oferecer muito mais...
mais um pouquinho...
mais um calorzinho...
 mais um apertinho...
menos um vazio...
mas...
o meu desáudio lhe agrada lhe conforta
porque minha taciturnidade lhe invade as fantasias com tamanha solidez nos mais quentes dias...
será nossas isonomias que se confundem com as encarnações inferiores que presentearam familiarmente as vidas...
Então
só 
posso lhe brindar com aluviões de misturas tecidas com células que sei gostar e cativar.
um presente
ente tantos  
...
Mei


Roda da vida




Por que nossas emoções não são..
uma
ou 
só...
acromáticas.
Mei

Guincho


porque a força é tamanha para que você com humilde ousadia tente me impedir de explodir em borboletas negras
em ventos uivantes
em mugidos alados
em balburdia desolada
Toda bazófia está aclamada em urros noturnos, pois a vizinhança não permite antes
com hora marcada e tempo percorrido
só 
espero...
a tão esperada consequência da metamorfose reluzente que suas lavras um dia sonhou em ter
não espere que minha catraca libere algo a mais que não consiga voltar...
só 
um borbotão sem sentido nas vésperas de um fim sem sentido.
Mei

Imagem por: Annie Owens

Espera

Um aguardo esperado sem pressa ou ânsia 
sem cavação te vejo como uma aparição lenta e conhecida que vem balançando minha ondas 
de cílios deitados me abranda para uma eterna viagem vagarosamente desligando-se de tudo que não é meu ou seu
em águas fundas deitamos 
escorregamos entre luas e flores  obsequiosamente por correntes frias que amortecem nossas lindas almas encasteladas
sós
em relevos ejaculados sem querer
em sombras acomodadas sem render
desgeladas por puras imprudências do tão sonhado ser
que Agora não está lá
ou 
esqueceu-se se ser
... 

Mei

imagem por: eri kamijo








segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Preciosa

Existência preciosa
suas doces pétalas confundem os afiados espinhos que não sabe se prende ou liberta
apenas risca nossas histórias nas peles brancas do tempo...
folhas que perdem a cor em  gratidão a força dedicada pelos dedos nervosos
agora procura entre os elos violetas vãos quentes para se abrigar...
mas seu calor está muito distante e
seu brilho portas ocular
fechados
e ainda quantas primaveras teremos...
até que os ventos nos levem novamente
...



domingo, 31 de agosto de 2014

Danças




Doce veneno...
Quantas poses...
quantos olhares
quantos anos
quantas mortes
a dança
sabe.

domingo, 17 de agosto de 2014

ódio

Nas ondas do destino suas pétalas tomam rumo sem  rosa como bússola
segue apenas

despedaçada em cores e lavadas em rosto singelo
recebe o consolo do  beijo sagrado
e a partir dai tudo se releva e leva em panos brancos e solúveis
como sua origem
vertigem
mas a partida a espera como seu ódio que lhe espreita entre os vãos ou sobre o caule
Assim com a aparência das pessoas, que se altera conforme envelhecem ...
Assim como as memórias, que começam a desaparecer no curso do tempo infinito...
tudo se perde ou se encontra 
no fim
constante e persistente a multidão silenciosa e as pessoas indiferentes passam...
com seus olhos comoditizado
sem ver a pequena figura que se volta aliviada ao seu encontro final
Seu tempo não é aqui nem sua alma permanece 
só 
germina e termina
Mei

Poética do derivado

Rogo em cor
Nascimento de uma flor
árida em dor
Margarida
popular em escolher o mal-me quer ou bem-me-quer
E em coisas que não alcança nem com as mãos estendidas. 
coisas que não voltam nem quando se distancia.
já se foram. 
e não estão estendidas numa vitrine de arames nem num portão de sonhos...
Mei


jardim secreto

O tempo é irrelevante para uma memória...
Num jardim onde só as flores importavam e sonhos flutuavam como pétalas sem corola 
Talvez um olhar bastava para um sorriso entre lagrimas doces infinitas
vestidos pequeninos com botas e sandálias vermelhas sapateavam caminhos arados 
sapos
tatos em forma de sol
chaves de pó
LuGe. 
mei 




Diálogos internos

O espelho branco desbotado brinca de esconder vozes 
qualquer tipo de vida exprimida numa cegueira involuntária 
eterniza conversas soterradas num tempo vago do destino 
que foi preparado com tanto esmero 
com medo de se alterar
e talvez quem sabe 
em espasmos de luzes 
os olhos revoltados se recuse
e só
use roupas
inge(nua)s
Mei

Foto por: Ka Ho



sábado, 16 de agosto de 2014

Chamado interrompido

Quando mangueiras azuis transmitiam o que só olhos amarelos podiam entender...
Brincadeiras de irmã
palavras imã
pensamentos escritos em sorrisos (a)traídos
e uma Ligação
...
só chama
voz ou ruido
Parede
ou
histórias
vividas dentro de um barco
com fogo e as vezes tubarão
cão sem pelo
morros vermelhos
rios aguados
buracos cercados
esconde esconde sem conde
circo de mala em globos da morte
Bicicletas aladas embalavam noites aquecidas lampadamente
e
tudo lavado com chuvas de jabuticaba ou
ou lambidas de pitangas...
Mei










quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Pouso

Sem tempo pra plantar
me acomodo
ao molde formulado
ode sonhado
me agarro a teus ramos sem esperanças de voar
acordo
sem som...
Mei

Imagem por: Stephanie Pul-Mun Law

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Delicadeza

Gosto tanto de flores
e de cores

com tantos toques
 e sabores
que as quietudes
até
acariciam a fenda macia
e com  (o) dores
alimentam as faces
inaugurada
Imagem por: Alejandra Alarcon

Senta o assento

Imagem por: Alejandra Alarcon
Sento ou senta
se assenta ou me assenta
se senta?
pousa
funda
sem peso
sem medo de rasgar o que nunca foi inteiro
mudar a cor
roubar a dor
castiga a voz do pano velho avermelhado ou talvez esburacado

não esqueça de queimar
depois
....
o ar

Mei

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

perda da cor

Tem noites que  o vento esquece de soprar aqui...
As pétalas se cansam do caule
os espinhos se esquecem de se afiar
as lutas se tornam distantes como nevoeiros
umidade insiste em brotar
apenas para salgar os poucos doces que abrigam sua cor rosa
sem tempo para florescer amadurece
e sua matiz  vai se esvaindo em nuances variadas
correndo o risco bruto de se perder
e quem sabe...
não se encontrar...
Mei

Imagem: Shiho-Enta

domingo, 3 de agosto de 2014

Vidas passadas...

Com amor ou não...
Vida ou não...
as vezes

paisagens...
Mei

Vidas passadas ou não

Me esquece
me engole
Me apaVora
Se por pura diversão ou

loucura
nossas misturas se envolvem em tonalidades frias e quentes
gotas perfuram nossos silêncios de baixo para cima
lábios procuram palavras que ainda não cabem na língua

para confundir nossas ilusões de confrontos
com destinos e passados tatuados em ventos sorrateiros que gostam de sorrir a noite.
Sim
Agora aqui junto
te deixo me acolher e cobrir entre teus caminhos dispersos e melados
Não fugirei

por agora.

Imagem: Agnes Cecile


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O espíritos das flores I

Rosa Vermelha Amarela e algo mais...
Romance, Inocência, Devoção
Silêncio...
Castidade e Ciúme
Inveja e Amizade
Devoção e Elegância
Quantas palavras para decifrar tantas pétalas soltas ao vento sem destino
com cor ou mesmo sem...
com tantos tons e sonhos me deixo perdida sobre seus cheiros e sons...
Não te interrompo apenas com pequenos e indefesos espinhos, pois são seus amigos infinitos na odisseia da vida.
Não me questione
Não me interrogue
Não me deixe

com símbolos carregados de grandes significados que ainda não posso suportar....
Sou pequena e não contenho tantas cores e cheiros, tantas cercas e navalhas
tantos vazios e secas
tantos cortes e fins
sou apenas aquela...
que um dia ousou ser aquela
e que sem querer te feriu e...
sangrou.
Mei

Imagem: Christian Schloe




sábado, 19 de julho de 2014

Lago (meu)

Lagos residuais
lago
lagoa sua imensidão embarrada
Sem olhos vitrines de ferro não avisto seu fim tumba maldita em flor que molha as entradas violadas
Flutuantes vitórias sem Régias consomem últimos chorumes espalhados pelas águas agridoces
Um hoje sem companhias a sós com a ablepsia que instaura momentos brancos em escuros alagados
Órgão buraco de luz negra... Olhos selados pela escuridão...
levados pela morte e abrindo somente quando anuir a vida que um dia foi emergida em boias vivas...
Te persigo em vãos que não passo e volto com mãos estendidas que nunca são encontradas
Distancio do aqui só para não sentir o amanhã com medo da invasão vermelha do ontem...
passos pesados se ardem em fusão com fundos frios quase se perdendo nas diversas multidões caladas
caldas embalam sua nudez ácida agora vestida de mãos profanadas em atos emporcalhados vertendo sumago...
seguram, apertam, enforcam...
abafam as inflexões aguçadas durante as correntezas improprias para seu lago
Nada em nada
Tudo bem em ter nada. Tudo bem em não alcançar nada.  Tudo bem em ver nada.
Tenho um lugar para voltar mesmo que dentro e sem foras
apenas só
em voz
...
Imagem: Jája Pája

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Sonho

Vejo um sonho.
Um sonho sem fim...
Um mundo tingido de vermelho.
Posso ouvir coisas distantes ou perto que ecoam nos poros de minha mente.
Adultos caminham ocupados sem perceber a pequenina forma sentada no banco.
Inerte aos passos de ida sem volta...
Uma criança chorando em espaço sem fim...
bloqueando o céu escarlate.
Eu queria ao menos secar suas lágrimas contrariadas...
Mas...  minhas mãos não se moviam e lágrimas escorriam...
iam de  bochechas a bochechas absorvidas pela neve quente...
Tudo o que eu podia fazer era estar...
Tão doloroso e triste.
Está tudo bem... Tudo vai passar...
Fico imaginar ou quem sabe a sonhar: de quem será essas palavras...
Devagar em mansinho...
Se aconchegando no fim...
O sonho vai desaparecendo em uma cor diferente.
Mas novamente me encontro no encontro de um sonho dentro do sonho e...
E estou dentro.
Como sempre...
E o mesmo cenário se repete continuamente...
Lentamente embalada pelo sono... 
Suplico...
Para próximas e indelicadas vezes que abrir meus olhos...
Aviste um panorama diferente.
Com fins e afins ...
Penso...
quando foi que percebi que tudo isso era apenas um sonho...
Anos? Minutos? E mesmo essas repostas desaparecem como fumaças negras selando meu mundo.
Mundo no qual eu não tenho certeza  se o tempo flui ou não...
Sem certezas ou verdades...
só sonho com o dia em que irei acordar...
Questionamentos em ondas me perseguem em formas sem pontos...
Todo sonho tem um fim? Não importa o quão bom seja ou quão assustador seja?
Será quando a genitora sacode para fora ou para dentro o quente do manto sagrado colorido ou incolor?
Resposta?
Apenas uma cena matinal em mundos separados...
Sem mudanças reais
Sem memórias
Memórias histórias
Que fazem parte de um gigante quebra cabeça chamado mundo
de dentro...
onde estão armazenadas todos os fragmentos de vidas passageiras e largadas...
Sem confianças ou fianças
As vezes em mochilas aladas outras em tiaras de asas
Ou em coelhinhos sem olhos vermelhos calados em espera da velha lembrança de quando os sonhos começam a não ter fim
E sem respostas...
Um rosto em lágrimas, cria refletida em pedaços de água salgada perdida em chão seco

 aparece...
Imagem: Tina Bazen

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Garota dos olhos vazados I

Garota dos olhos vazados I
Por que o que menos importa é enxergar
quando quer enxugar
enxugar  visões e aparências
limitações e transparências
exaurir tudo o que não é mais visto
Um dia tudo começou...
e nunca mais parou
pedaços de panos costurados com cores, pernas, braços, bocas e buracos preenchidos de vitrines intrusas
um dois ou três dedos sem unha, para não machucar
desenraíza cavoca fundo e profundo todas os fios que um dia pode prender
agora permanece o furo a cova o fundo sem tampa
sem rampa
escarpado

em prateleiras armários guarda algo
espera de mansinho espacinhos em agendas fechadas e largadas
por brincadeiras recreios intervalos uma distração nos apertados dias de verão
bonecas bonecos palhaços anjinhos usados gastos estuporados em diversos lugares e altares
danificadas com tantos daninhamentos agora sem utilidade sai de cena para outras e as outras também serão outras e sempre daninhadas sem ninho
Uma história de vazamentos sem vasos com terras e barros
argilas e gessos panos e retalhos costurada em anos, meses e vidas que nunca se encontram...
só se passam se esbarram
se chocam em casas, colchetes, arrebento vazios cavidades escuras e úmidas sem pés
só cabeças
Tudo incluso
sem medo ou dedos
entremeios de sombras em paredes quentes macias e acalentadoras
sem ver o que não vem ou o que não tem
verter
pertencer
um dono
uma dona
vários ou nenhuma
sem escritora ou criadora
Inventora
Vetores

Mei

Imagem:

sábado, 21 de junho de 2014

Pendão quente colorido

Pendão quente colorido
Festa de São João
Suspensas partículas sólidas que se misturam aos variados cheiros e gostos apoderados de donos sem cria
nevoas coloridas borram os quentões que se acumulam nas pequenas bochechas corpulentas e outras esquecidas nas noites vermelhas vinho antes da meia e depois da ceia...
Incandescência afugenta  flamas que sem assombro se achega lambareando em  amarelos vermelhos de frutas secas em época distinta despertando sobressaltos em pernas de paus e cabeças de ventos...
rodas escuras em terrenos ocupados armam giras e iras em olhos turvados pelas suaves gotas de orvalhos alcoólico em acólitos disfarçados e subjugados pelas conveniências postas pelas envelhecidas e supostamente empoderecidas cadeiras pontifícias.
Colheitas ardidas elevam os delírios compulsivos para ceifar tensões ancestrais mal ditas e refletidas em progenitores abrasados pelos doces, salgados, quentes e frios, vermelhos, amarelos multicoloridos entre tantos outros e mais e abundantemente
Ventos e rebentos abrandam peles escondidas e corações carcomidos  por quebras cocos, cabeças, moleques, meninas e visíveis ou invisíveis...
Santos mantos conduzem atos salvos em rastros palhados
abrigos para finos pensamentos...
embriagados famintos determinados a um sacrifico único e anual...
sem lembrancinhas...
apenas
carmas
armas
Mei

Imagem: Romi Pereyra


terça-feira, 17 de junho de 2014

Carrossel sem Céu

Carrossel sem céu
Passado já passou em passos percorridos sob passas usadas e abandonadas
circulo distantes ecoam sons familiares em amizades coloridas e dançantes
circulo de animais girando ilusões e realidades
rodas não fazem mais sentidos em círculos amigos
ferrugens tomam conta de um nunca que foi cuidado ou abrigado
voltas cantantes soam melodias de gritos que camuflam verdadeiros martírios
voltas suas revoltas com ondas lenhosas em coloridos vibrantes e não deixa passageiros entrar 
somos só
nós
voltas e eu
eu e revoltas
suspensas sob espaços contínuos que acomodam longas horas de assentos 
reservatório vazio de imagens ilustradas em mundos paralelos de sofás amarelos
ou bancos espessos...
nada reproduz apenas reluz a luminosidade fracassada da vida sob rodas sem contas
pasmos em emplastros cautelosos de subir...
em apenas segundos são convidados a sair ... 
giras eram muito engraçadas com cores e perfumes
agora são esquecidas e amontoadas em almofadas mofadas de som e imagens...
não há um outro fim
apenas esse que me deu um sim
gira e revira todas as asas que um dia pensou ter
só cavalga em animais decompostos que almejam suturar suas posições nos lençóis usuais...
só aspira suas piras em redemoinhos temporais, pois um dias quem sabe
permanecerá
Mei 




sexta-feira, 13 de junho de 2014

Pensamentos pintados

Pensamentos pintados
sentimentos bicolor 
confusões confusas nas difusas metáforas dos dias
escorregadias palavras doces respingam nas longas passagens de uma hora para outras
baldes não enchem os vazios subterrâneos que consomem vorazmente todas as formas e cores que sem cuidado escorrem nos cantos e balanços dos minutos
afigurações moldadas em recortes sem cola 
 abandonos customizados com belezas e ardências em foscos reluzentes e massas agridoces
quantos dentes são necessários para tantas borrachas sem ter o que apagar ou disfarçar
gomas sem sabor invadem bocas ocas de pedaços de gente com intenções artificiais 
não preenche
não alimenta
não sustenta
representa
Mei   




terça-feira, 10 de junho de 2014

Seres nascentes da flor


Seres nascentes da flor
Irmãs 
imãs 
magnetismo da maior reprodução 
vigor nato e no ato...
irmãs de flor
de folhas
de espinhos
de raízes
de solo
de águas que passam e renovam cada reencarnação nossas secas cercadas sempre por adubos temperados por muitos sais e algodão doce
coloridos e amargos finos e espessos fofos e castigados
sempre e nunca 
sobrevoando passados e presentes encharcados de fecundas matizes sem diretrizes
entrelaçadas por pétalas em conchas encrustadas sempre vivas...
amor metamórfico animal e vegetal que se desabrocha em cerdas e penas rijas 
rijos dedos afiados guardiões de grandes feitos e eleitos sempre juntos em conjunto com os perpetuadores de nossa espécie que se restringe a "Eu" e "Eu"
Flores fecundadas uníssonas em vigor em expulsão para uma aparição de vida e regresso aos imortais olhares que ainda não se acostumaram a doação constante e sacrifícios poéticos vinculados há um amor terreno sobrenatural...
Uma invenção 
reinação
tentação
paixão
ilusão
redenção e purificação
tudo cavado e soterrados em pequenas hortas de grandes terrenos
com quintais de cristais...
como nós...
Eu
Mei e você(Eu)

Imagem: Patricia Anders