domingo, 8 de março de 2015

diário I


Mesmo
Se tudo fosse desenhado  em álbuns
quantas páginas seriam necessárias para os riscos 
e quantas outras
parar as cores
que um dia sem querer se perderam 
nos dedos 
nos lábios
nos lápis com pontas e as vezes sem
e em tantos outros 
olhares
unhas que foram se roendo com sobras de pronomes indefinidos 
um diário que nunca foi ilustrado
ou contado
um desenho que nunca foi traçado 
ou pensado
palavra que nunca iluminou 
ou sombreou
os poucos cílios persistentes em acortinar o vazio
de uma luz cega
em
tempos desfeitos