domingo, 31 de agosto de 2014

Danças




Doce veneno...
Quantas poses...
quantos olhares
quantos anos
quantas mortes
a dança
sabe.

domingo, 17 de agosto de 2014

ódio

Nas ondas do destino suas pétalas tomam rumo sem  rosa como bússola
segue apenas

despedaçada em cores e lavadas em rosto singelo
recebe o consolo do  beijo sagrado
e a partir dai tudo se releva e leva em panos brancos e solúveis
como sua origem
vertigem
mas a partida a espera como seu ódio que lhe espreita entre os vãos ou sobre o caule
Assim com a aparência das pessoas, que se altera conforme envelhecem ...
Assim como as memórias, que começam a desaparecer no curso do tempo infinito...
tudo se perde ou se encontra 
no fim
constante e persistente a multidão silenciosa e as pessoas indiferentes passam...
com seus olhos comoditizado
sem ver a pequena figura que se volta aliviada ao seu encontro final
Seu tempo não é aqui nem sua alma permanece 
só 
germina e termina
Mei

Poética do derivado

Rogo em cor
Nascimento de uma flor
árida em dor
Margarida
popular em escolher o mal-me quer ou bem-me-quer
E em coisas que não alcança nem com as mãos estendidas. 
coisas que não voltam nem quando se distancia.
já se foram. 
e não estão estendidas numa vitrine de arames nem num portão de sonhos...
Mei


jardim secreto

O tempo é irrelevante para uma memória...
Num jardim onde só as flores importavam e sonhos flutuavam como pétalas sem corola 
Talvez um olhar bastava para um sorriso entre lagrimas doces infinitas
vestidos pequeninos com botas e sandálias vermelhas sapateavam caminhos arados 
sapos
tatos em forma de sol
chaves de pó
LuGe. 
mei 




Diálogos internos

O espelho branco desbotado brinca de esconder vozes 
qualquer tipo de vida exprimida numa cegueira involuntária 
eterniza conversas soterradas num tempo vago do destino 
que foi preparado com tanto esmero 
com medo de se alterar
e talvez quem sabe 
em espasmos de luzes 
os olhos revoltados se recuse
e só
use roupas
inge(nua)s
Mei

Foto por: Ka Ho



sábado, 16 de agosto de 2014

Chamado interrompido

Quando mangueiras azuis transmitiam o que só olhos amarelos podiam entender...
Brincadeiras de irmã
palavras imã
pensamentos escritos em sorrisos (a)traídos
e uma Ligação
...
só chama
voz ou ruido
Parede
ou
histórias
vividas dentro de um barco
com fogo e as vezes tubarão
cão sem pelo
morros vermelhos
rios aguados
buracos cercados
esconde esconde sem conde
circo de mala em globos da morte
Bicicletas aladas embalavam noites aquecidas lampadamente
e
tudo lavado com chuvas de jabuticaba ou
ou lambidas de pitangas...
Mei










quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Pouso

Sem tempo pra plantar
me acomodo
ao molde formulado
ode sonhado
me agarro a teus ramos sem esperanças de voar
acordo
sem som...
Mei

Imagem por: Stephanie Pul-Mun Law

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Delicadeza

Gosto tanto de flores
e de cores

com tantos toques
 e sabores
que as quietudes
até
acariciam a fenda macia
e com  (o) dores
alimentam as faces
inaugurada
Imagem por: Alejandra Alarcon

Senta o assento

Imagem por: Alejandra Alarcon
Sento ou senta
se assenta ou me assenta
se senta?
pousa
funda
sem peso
sem medo de rasgar o que nunca foi inteiro
mudar a cor
roubar a dor
castiga a voz do pano velho avermelhado ou talvez esburacado

não esqueça de queimar
depois
....
o ar

Mei

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

perda da cor

Tem noites que  o vento esquece de soprar aqui...
As pétalas se cansam do caule
os espinhos se esquecem de se afiar
as lutas se tornam distantes como nevoeiros
umidade insiste em brotar
apenas para salgar os poucos doces que abrigam sua cor rosa
sem tempo para florescer amadurece
e sua matiz  vai se esvaindo em nuances variadas
correndo o risco bruto de se perder
e quem sabe...
não se encontrar...
Mei

Imagem: Shiho-Enta

domingo, 3 de agosto de 2014

Vidas passadas...

Com amor ou não...
Vida ou não...
as vezes

paisagens...
Mei

Vidas passadas ou não

Me esquece
me engole
Me apaVora
Se por pura diversão ou

loucura
nossas misturas se envolvem em tonalidades frias e quentes
gotas perfuram nossos silêncios de baixo para cima
lábios procuram palavras que ainda não cabem na língua

para confundir nossas ilusões de confrontos
com destinos e passados tatuados em ventos sorrateiros que gostam de sorrir a noite.
Sim
Agora aqui junto
te deixo me acolher e cobrir entre teus caminhos dispersos e melados
Não fugirei

por agora.

Imagem: Agnes Cecile


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O espíritos das flores I

Rosa Vermelha Amarela e algo mais...
Romance, Inocência, Devoção
Silêncio...
Castidade e Ciúme
Inveja e Amizade
Devoção e Elegância
Quantas palavras para decifrar tantas pétalas soltas ao vento sem destino
com cor ou mesmo sem...
com tantos tons e sonhos me deixo perdida sobre seus cheiros e sons...
Não te interrompo apenas com pequenos e indefesos espinhos, pois são seus amigos infinitos na odisseia da vida.
Não me questione
Não me interrogue
Não me deixe

com símbolos carregados de grandes significados que ainda não posso suportar....
Sou pequena e não contenho tantas cores e cheiros, tantas cercas e navalhas
tantos vazios e secas
tantos cortes e fins
sou apenas aquela...
que um dia ousou ser aquela
e que sem querer te feriu e...
sangrou.
Mei

Imagem: Christian Schloe